quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O ENCOURAÇADO POTEMKIN: Resenha sobre o filme de Eisenstein

Em 1925, o cinema caminhava silenciosamente para a sua terceira década. Até então, Griffith já havia criado a primeira revolução cinematográfica causando más interpretações a uma plateia que se assombrava com o expressionismo alemão e ria das situações e caretas de Charles Chaplin e Buster Keaton. As histórias em quase todos os casos eram simples, porém aos poucos leves marretadas de subjetividade eram inseridas nos filmes para população. Como uma das principais figuras desta ação temos Sergei Eisenstein e sua bela obra “O Encouraçado Potemkin”. A narração é simples e direta, retratando cada movimento influenciado pela Revolta do Couraçado Potemkin na Revolução Russa de 1905, porém Eisenstein a contou e picotou de forma revolucionária com uma montagem inovadora e que ditou os caminhos a serem seguidos no cinema. O contraste existente na história, no caso, a disputa entre proletariados e as classes burguesas, é mantido ativo durante toda a película com cortes aleatórios e rápidos entre ações, expressões e objetos. Tudo é importante para o resultado final, talvez uma forma subjetiva de defender os conceitos do partido Comunista. E para enfatizar esta divergência, a fotografia em preto e branco (limitada pelas tecnologias da época) caiu como uma luva. O povo russo ganhou ares de esperança em cada tomada clara, ao mesmo tempo que se mostrava perdido nos momentos de escuridão. Junto a limitada, porém rica paleta de cores, temos excepcionais enquadramentos, perfeitos nos detalhes de olhares esperançosos e movimentos tensos nos momentos de disperção da multidão. Tensão. Eis a palavra que praticamente define o filme. Somos introduzidos e apresentados a acontecimentos de uma forma tão dramática, que torna ainda mais realista a situação ali apresentada. “O Encouraçado Potemkin” narra a história dos marinheiros do navio Potemkin, insatisfeitos com a forma que são tratados no trabalho. Com a condenação à morte por parte de alguns marinheiros, uma revolta é criada e assim a queda dos seus superiores. Isto em resumo da obra-prima política e visualmente perfeita criada por Sergei Eisenstein.

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