quarta-feira, 11 de novembro de 2015

BLUR: Overdose britânica na medida no show em São Paulo

O relógio marcava 5 horas da tarde e o belo Sol, que dominou todo o festival Planeta Terra, já dava indícios de sair de cena e deixar uma linda Lua reinar sobre a noite. Enquanto isso, eu tomava minha última cerveja, poderia ser chá, mas o calor pedia algo mais gelado, e esperava o Blur. Na real, desde o primeiro boato de internet sobre o show do quarteto britânico em terras tupiniquins. Eram 21:35 quando os primeiros acordes de um hipnotizante teclado invocavam o hit “Girls & Boys”. Não houve sobreviventes, pelo menos bem la na frente, onde toda a multidão pulou a música inteira. Aproveitando a explosão inicial, Damon Albarn refrescava a plateia jogando água, enquanto Graham Coxon puxava o riff de “There’s No Other Way”. Alex James guiava toda a banda com seu baixo hipnótico e se mostrava o membro da banda mais feliz por estar ali. “Sábado a noite no Brasil!”. Damon é um vocalista muito carismático e sabia como ninguém entreter o público. Sua figura dominava cada canto do palco em que ele pisava. Então tivemos “Beetlebum”. Graham Coxon, quem eu considero a alma do Blur, era um deus da guitarra no canto direito do palco. Seus barulhentos solos massageavam o cérebro e nos induzia a insanidade musical. Barulhos e microfonias perfeitamente criados para aliciar o público a viagens que ultrapassariam as barreiras do Planeta Terra e por que não, do campo de Marte, aproveitando a piada pronta. Muitos disseram que a sequência “Out of Time, “Trimm Trabb” e “Caramel” serviu para esfriar o público. Não, ali eles mostraram que o Blur é muito mais do que uma banda de inúmeros hits MTV nos anos 90. Mostraram que são uma banda que acerta em seus experimentos químicos e que alcança com sucesso os extremos da perfeição do rock alternativo. A banda fez o público voltar a pular com “Coffee and TV”, preguiçosamente perfeita nos vocais Graham Coxon. Em seguida, “Tender”. Balões subiram no ritmo do vocal da plateia que ecoava pelo Campo de Marte os versos “oh my baby, oh my baby, oh why, oh my!. Com certeza, o momento mais belo do festival. A energia do público veio à prova com “Country House” e “Parklife”, com o ator Phil Daniels nos vocais e com sua cômica presença de palco. “End of a Century” e “This Is a Low” deslizaram as mentes para a saída da banda. Damon Albarn deu um tímido adeus. No bis, o Blur tocou o mais recente sucesso da banda, a bela “Under The Westway”, dominada por bolas gigantes que mudavam de cor a cada espalmada de alguém da plateia. Em seguida, a britânica “For Tomorrow” que naquele momento, transpirava os ares da noite paulistana. “The Universal” soou calmamente. Damon Albarn encarava o público. Parecia feliz. Era o final do show do Blur? Não. Phil Daniels voltou ao palco e Dave Rowntree iniciou o famoso riff de bateria de “Song 2″. O público reconheceu e gritava “woo, hoo!“. A banda terminou sua passagem pela América Latina entregando uma bomba ao público, que aceitou e não parou de cantar um minuto. A passagem do Blur pela América Latina, que soa mais em comemoração do retorno da banda, foi incrível. Mostraram que estão prontos para retornarem ao posto de gigantes do rock alternativo. Agora, precisamos de um novo disco e pelo jeito, ele irá sair logo. Esperamos que um retorno ao Brasil esteja nos planos da banda mais britânica de todos os tempos.

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